31 janeiro 2006

Em um quarto





1

Dia 10,
nervos à flor do aço,
o vinagre transborde água,
ponteiros se envergam sobre a hora...
Dia 10,
10,
1, 2, 3 é 10...
Não importava o telefone não ter tocado,
importava é tê-lo atendido mesmo assim...

2

Dia 10,
janela atravessa janela,
bolo cozido no sol da varanda...
10: pulseira, anel e chupeta
entredentes...

3

10, 10...
10...
Até esgotar-se,
voltar a ser um número...

4

No fundo do relicário
desenhar pequenos santos
e um número 10...

5

10 deve ser uma data...

6

11...

Um comentário:

Vi disse...

Meu dia 10 é 12! Aflição inevitável.
Gostei muito desse texto.
Beijos.