01 abril 2007

O elenco sentado no cais espera vir da água o ator que subirá de seu duelo com um monstro marinho. Talvez ele traga para máscara o rosto do monstro em uma vara de marmelo. Talvez traga pedaços de sua couraça para rejuntes do cenário.

Até esse dia o mar do teatro era um espelho do céu do teatro. O mar era tão plano, que não havia banhos nem pesca, pois não se sabia como atravessar sua superfície. Então, algumas companhias construíram cenários e representavam sobre ele.

Até que um dia um ator recebeu, em cena aberta, em um pergaminho entregue com um gesto de kabuki, o desafio de um monstro marinho e as instruções de como descer até ele. Seria uma briga ensaiada, mas foi tão violenta, que a partir daí existiram as ondas e as tempestades.

Um comentário:

Anônimo disse...

q bonito, victor... continue... um bjo andrea carvalho stark